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A Metodologia CHAP²

Um dos maiores desafios dos governos é garantir que as pessoas consigam circular pelas cidades de forma justa, acessível e amigável ao meio ambiente. Isso é chamado de “mobilidade urbana sustentável”. Olhar para esse tema na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, é muito importante, pois é uma área com grande peso econômico e turístico.

A Região dos Lagos tem algumas características bem marcantes: em certas épocas do ano, recebe muito mais visitantes do que o normal, o que aumenta bastante o movimento nas ruas. Além disso, a maioria das pessoas costuma andar de carro particular, já que o transporte público ainda é pouco desenvolvido e não atende bem a todos.

O sistema de mobilidade urbana pode ser visto como um “quebra-cabeça”, onde uma quantidade muito grande de peças precisam se encaixar. Várias pessoas e grupos diferentes usam ônibus, carros, bicicletas ou até andam a pé, cada um influenciado por questões econômicas, ambientais e culturais. Entender esse sistema é importante considerar a complexidade.

Este estudo tem como objetivo analisar a mobilidade urbana na Região dos Lagos, procurando entender quais são as principais dificuldades e como elas estão conectadas. A ideia é encontrar formas de reduzir o tempo que as pessoas demoram para ir de um município a outro e, ao mesmo tempo, promover um jeito de se locomover mais eficiente e sustentável para todos.

Um novo paradigma abriga multimetodologias de apoio à decisão que contemplam a complexidade, consideram a visão holística do sistema e a combinação do raciocínio estrutural qualitativo e a análise de dados, utilizando métodos quantitativos.​ Por isso, para esse estudo, será usada a multimetodologia chamada CHAP2 - Complex Holografic Assessment of Paradoxical Problems (Avaliação Complexa Holográfica de Problemas Paradoxais), que foi desenvolvida no Laboratório PSIGMA (Problem Structuring and Indicators Group for Modeling and Assessment) da COPPE/UFRJ, trata da estruturação de problemas sociais complexos, promovendo a investigação dos problemas de forma colaborativa entre as representações dos diversos atores que integram um determinado sistema e já foi testada e aprovada em diversos e relevantes trabalhos, como o da estruturação do transporte público coletivo no município de São Pedro da Aldeia. O estudo é feito de maneira participativa, ouvindo diferentes pessoas, para buscar juntos soluções que melhorem a mobilidade urbana na região.

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Etapa 1
Caracterização do Sistema “real” e grupo de agentes

Tem como objetivo a identificação dos agentes decisores (Stakeholders), com perspectivas as mais divergentes e representativas possíveis. É feita a caracterização do sistema real, através de mapas metacognitivos construídos a partir de entrevistas com especialistas/generalistas (opiniões técnicas e pessoais) e pesquisa de literatura.

Etapa 2
Capacitação / Orientação dos agentes

Os Facilitadores realizam seminários com os agentes decisores (grupo de foco) para a apresentação da metodologia CHAP2, buscando o engajamento destes no processo. São realizadas dinâmicas e avaliações, objetivando o desenvolvimento da metacognição. Em alguns casos, não será possível reunir com todos os agentes. Nesta situação, poderão ser feitas orientações individuais.

Etapa 3
Caracterização das perspectivas dos agentes em mapas temáticos

Esta etapa objetiva obter o entendimento do sistema e das situações problemáticas sob a perspectiva de cada agente do grupo de foco. Isto é feito através entrevistas transcritas e representadas por meio de um mapa metacognitivo. São preservadas as possíveis discordâncias levantadas por cada agente envolvido. Os mapas são validados e consolidados em temas.

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Etapa 4
Workshop para elaboração dos modelos conceitual e paradoxal

Objetiva acomodar e consolidar as representações das perspectivas dos diversos agentes de modo a convergir para direções estratégicas e ações de interesse comum. Num workshop são revisados os mapas temáticos e explicitados e priorizados os problemas e soluções para cada mapa tendo em conta a troca de experiências. Será possível representar acomodações realizadas na proposição de soluções para os problemas identificados. A partir desta etapa, são construídos o mapa conceitual, que integra os modelos individuais, e o paradoxal, que explicita os aspectos conflitantes das várias perspectivas.

Etapa 5
Articulação com modelos formais, indicadores e processos

Na quinta etapa é identificada a oportunidade de apoiar a tomada de decisão utilizando modelos formais, como modelos multicritério, integrando a abordagem qualitativa (mapa cognitivo ou conceitual) com a formal quantitativa (otimização, simulação e avaliação de desempenho, por exemplo). Os contextos estabelecidos nos modelos conceitual e paradoxal podem servir para identificar e situar as variáveis formais que comporiam indicadores. Nesta fase pode-se prever a realização de workshops específicos, para identificação de indicadores úteis ao estabelecimento de metas em um processo de regulação, interna e ou externa.

Etapa 6
Identificação e implementação de ações viáveis. Monitoramento

Esta é uma etapa fundamental que inclui a identificação e implementação das ações e, ainda, a validação dos resultados decorrentes das soluções técnicas e políticas que foram elencadas. O mapa paradoxal mapeia os eventuais entraves às ações. A validação deve levar em conta os impactos sobre os diversos segmentos sociais atingidos pelas políticas adotadas.

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